Vem este comentário a propósito do artigo de Cláudia M. J. Pinto - Do androids dream of electronic books?
Na nossa realidade, os livros tipográficos não estão, para já, em vias de extinção, mas é pena que as nossas religiões não nos exijam a companhia constante de livros, quer topográficos, quer substituídos por um alter ego qualquer. Seríamos todos certamente mais cultos e conhecedores do mundo.
Pergaminhos ou mensagens cravadas em pedra, livros em papel ou digitais, mais não são que os suportes adequados a cada época. A nossa geração está fisicamente dependente dos livros em papel, pelo tacto, pelo cheiro, pelas encadernações e ilustrações, e os livros digitais parecem-nos esteticamente pouco atractivos, e não nos passa pela cabeça andar a ler pergaminhos, mas que dirão as gerações futuras dos livros em papel? Não serão considerados um risco para a saúde pública pela sua acumulação de ácaros e outros bichinhos?
As obras de consulta em formato digital, como dicionários e enciclopédias, já conquistaram um lugar relevante no nosso quotidiano. As obras de ficção virão a seguir, conquistando-nos através de um embrulho mais apelativo, da sua inquestionável leveza, ou até da hipertextualidade.
Voto no papel electrónico: assim, quando for de viagem, poupo uns quilos na bagagem.